terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Terra não corre perigo, nós corremos!


       Construimos uma sociedade onde os meios de comunicação, principalmente a televisão, nos ensina tudo sobre o que consumir e como consumir, mas muito pouco fala sobre aquilo que agride o meio ambiente de uma forma ou de outra. Desde o combustível que queimamos com os meios de transporte e com a calefação das casas até a produção industrial tudo se transformará, mais cedo ou mais tarde em veneno na atmosfera ou em lixo. Os cemitérios de automóveis, os depósitos de material nocivo ou as montanhas de pneus espalhadas pelo mundo quase nunca são mostrados por nenhuma midia. Todo o esgoto produzido pelo homem é jogado nos rios que poluem os lençóis freáticos que envenenam sistematicamente todos os mares da terra. O planeta visto do espaço não é mais aquela bonita bola azul e sim um corpo completamente cercado de lixo, resto de satélites de todo tipo e se parece com uma bola imantada cheia de resíduos girando à sua volta. Uma criança com cinco anos de idade, pobre e analfabeta já é uma consumidora sofisticada que se alimenta com produtos artificialmente apetitosos, cheios de conservantes, que usa tênis de borracha, roupas de nailon e um sem numero de objetos e brinquedos que se transformarão em lixo.  Ninguém se preocupa em ensinar às crianças que quase tudo o que nos cerca não presta. Desde cedo ela se identifica com o automóvel e com as armas de plástico que imitam as verdadeiras que matam. Todos os nossos heróis são bandidos bonitos, bem vestidos e ricos. Não se ensina às crianças que a gasolina polui, que o brinquedo de plástico demora em se decompor, que o frango do almoço está provavelmente cheio do veneno usado em sua engorda, que a maionese da mamãe contem agrotoxicos e que o transporte para a escola usa combustível venenoso.    Não se estimulam as crianças para que se formem em engenheiras de um novo tempo onde se use a energia dos ventos ou do sol, não se ensinam às crianças que a derrubada das matas trará a extinção de milhões de seres microscopicos e de vermes sem os quais a vida não será mais possível. Muito antes dos males do amedrontador aquecimento global de que tanto se fala, não teremos mais peixes, nem remédios para os nossos males porque o rico e ignorante fazendeiro ao desmatar não sabe o que destruiu. Enfim, eu quero propor através de minha arte que resistamos à  barbárie tecnológica e dar o meu grito contra a destruição que se faz no planeta que não é nosso nem de nossos filhos, mas de outros seres que virão mais tarde e que comerão a bosta e o veneno que lhes deixaremos sobre uma terra calcinada e sem bichos, com uma atmosfera venenosa e sem água. Estes seres inocentes herdarão nosso resto e a imensa responsabilidade de se mudarem da terra para... onde? Ou se tornarão assassinos em troca de um pouco de lama e da carniça dos mortos? Não, eu não quero me compactuar com esta barbárie e apesar de ser eu mesmo um poluidor, vou usar meus pincéis e minhas tintas para me confessar culpado e para mostrar às crianças que poderemos mudar nossos conceitos e para me redimir, se possível, e para acusar você aí que não faz nada além de seu crime hediondo de ficar calado.


quarta-feira, 16 de março de 2011

Alguns poemas...

                                                                     
                                                                        Marina
                                                              
                                                               Quando olho pra voce
                                                               Tantos anos depois
                                                               Vejo seu seio pequeno
                                                               Suas costas generosas
                                                               Suas pernas
                                                               Magníficas pernas!

                                                               Quando olho pra voce
                                                               Vejo seu rosto iluminado pelo desejo
                                                               De cavalgar meu corpo
                                                               Pra engolir meu sexo e saciar minha fome
                                                               Vejo as rugas em seu ventre
                                                               Magníficas rugas!

                                                               Vejo seu corpo inteiro
                                                               Que se oferece para o amor
                                                               Maravilhosamente desfeito pelo tempo
                                                               Vejo sua bunda
                                                               Que se arredonda quando se deita
                                                               Magnífica bunda!

        Quando Tudo Terminar                                                       Saudade
Quando tudo terminar para mim                                             Pensando em voce
Quando não houver mais olhares                                           Chorei de saudade
Nem beijos ou encontros, enfim                                             Por dias antigos
                                                                                               Para aplacar a dor
Serei barro e passado                                                            Para afastar a saudade
Serei mistura de flores                                                           Que machuca, que mata
E terei cores                                                                           Enchi de vinho a taça
Vermelhas, amarelas, azuis                                                    Pra ver a gota que escorre
                                                                                               Vermelha como sua boca
Serei carmins                                                                         Vermelho pingo de sangue...
Que pintarão sua boca
Serei a rosa em seus cabelos
Serei o cheiro que te deixará louca...

segunda-feira, 14 de março de 2011

A montagem da exposição em Lisboa e a "vernissage" .

Vista da Exposição (Lisboa-Novembro 2009)

Montagem de minha exposição na Gal. Colorida (Lisboa-Nov 2009)

 

A vernissage (Lisboa-novembro 2009)


Vista da Exposição (Lisboa-Novembro 2009)
 


   Fotos da montagem e da "vernissage" de  minha  exposição   na Galeria Colorida em  Lisboa (novembro de 2009). As pinturas já foram vendidas e estão  em mãos  de colecionadores, mas ainda  me servem como referência  porque tenho o hábito de estudar as diversas fases de meu trabalho. Jamais me sinto satisfeito e procuro  estudar  as  imagens  que  inventei    em  outros momentos  que,  às vezes,   me emocionam e  me  indicam  um novo caminho... 


domingo, 13 de março de 2011

O que é a pintura para mim?

          Desde muito criança que gosto de desenhar e de escrever. Descobri a emoção do desenho quando, para conquistar a namorada, porque eu era muito tímido,  desenhava para ela. Não deu muito certo não, devo confessar, mas como eu não jogava futebol, não era bom nos esportes, nem sequer sabia nadar e não era muito "brabo", eu tinha que me socorrer com alguma coisa pra não ficar sozinho no mundo. Eu nasci em Guaranésia, uma pequena cidade de Minas Gerais e quando fui estudar em Muzambinho, ganhei os cinco primeiros prêmios de desenho num concurso da escola e descobri que o desenho me dava algum poder sobre os outros meninos, então descrobri o caminho. Bem, mas a  vida tem seus meandros: eu estava talhado para ser arquiteto por causa do desenho, mas não era bom na escola e a consequência foi que, para viver, tive que usar o desenho como ferramenta. A pintura surgiu porque tinha que surgir. Era fantástico ver as reproduções de artistas como Van Goch, Munch, Käte Kollwitz, Iberê, Portinari, etc., e eram estes meus livros preferidos nas bibliotecas das escolas. É claro que eu sonhava ser artista e jamais me passou pela cabeça quais seriam as dificuldades em sobreviver de arte. Até hoje, aos 70 anos de idade não sei fazer contas, até porque tenho certeza de que gasto muito mais do que ganho e não faço arte para viver, mas vivo para fazer arte. Pintar é paixão e remédio, é emoção e conquista. Conquista porque grito com minhas cores, fazendo panfletagem política ou tentando consertar o mundo. Pinto a mulher porque sou homem e gosto de mulher, pinto a música e a dança dos negros que aprendi com Solano Trindade,  poeta, libertário e meu grande mestre. Um crítico me disse que Solano não sabia pintar. E dai? Eu também não sei, nem o crítico. Outro crítico me disse que panfletagem não é arte, mas e a pintura do Renascimento, e o teto da Capela Sistina, o que são: panfletagem de Deus? Bem o fato é que a pintura é liberdade,  é solitária e foi a primeira manifestação inteligente do homem primitivo. Não quero falar mais de arte porque respeito meu eventual leitor e não sei mesmo o que mais dizer, portanto incluo o que é mais importante deste papo todo: imagens. Imagens de telas que tenho pintado ao longo de minha vida, muitas das quais nem mais me pertencem... 
Amantes-1x1,5m

Músicos 1,2x2,0m

Cinta-liga -1,5x1,0m

Navegar é Preciso 1,2x1,2m

Fadinha 1.5x2,0m

Traalhadores Sem Terra 1,5x2,0m

Bico de Pena 0,3x0,2m
(Detalhe)-Músicos -3,0x5,0m
Autorretrato-duplex 0,6x0,3m
Abstrato-1,0x1,5m

Vermelhos... 1,2x1,2m

Caminhos...1,0x1,5m

Branco-1,2x1,5m
Namorados 1,2x1,2m
Bailarinas 1,2x1,2m
Banco no interior da Igreja do Rosario-Embu - 1,0x1,2m
Barcos 1,0x1,0m

Cangaceiro 1,2x1,2m

Voce é meu único refúgio 1,2x1,2m

"Crack"-Meninos de Rua - 1,2x1,5m

Mulheres 1,0x1,20m



Homenagem à Saúde Mental 1,5x3,0m
Touro 1,2x1,2m
Suas Costas 1,20 x0,80
 
Favela 1,2x1,2m

Mulheres Azuis 1,2x0,8m

Namorados 1,2x1,0m

Detalhe (Keith simbólica)

Favela 0,6x1,2m

Bico de Pena duplex 0,6x0,6m

Viagens, viagens...


 Eu estive em Portugal em duas ocasiões e realizei três exposições individuais de meus trabalhos, em   1991 nas Galerias Tempo e no Foyer do Hotel Le Meridien e em 2009 na Galeria Colorida, situada às costas do Castelo de São Jorge. Conheci lugares como Amadora, Cacém e Sintra nos arredores de Lisboa, mas também visitei Castelo Branco, Covilhã e a Serra da Estrela. Quando visitei Badajoz, às margens do rio Guadiana, na Espanha, parei para jantar em Évora, uma cidade de teatros. Fui à Bairrada saborear seus famosos leitões e seus vinhos esticando depois para Coimbra, até a Cidade dos Meninos e  Fátima. Do Cais do Sodré, em Lisboa, sai o combôio que leva para Oeiras e Carcavelos. Conheci Óbidos, uma fantástica cidade cercada por muros construidos pelos Mouros e mais ao norte, a maravilhosa Nazaré, erguida sobre um penhasco que proporciona paisagens magníficas do mar. Visitei Batalha e pude orar em sua magestosa Catedral. Também conheci uma pequena vila chamada Alpedrinha que guarda ainda hoje uma autêntica estrada romana e um delicioso pomar de clementinas... Mas, você pode viajar comigo, desde Lisboa é claro e, seguindo as fotos conhecer Carcavelos, Oeiras, Batalha, Fátima, Nazaré. Depois, saindo de Santa Apolonia, Madri e... Paris. Vamos?

Oeiras

Lisboa

Nazaré

                                                                                                  

Fátima








Carcavelos


Plaza Major-Madri


Louvre-Paris

Paris

Eu tive muita sorte em meu primeiro dia de Paris porque apesar do frio, fez-se sol e pude desfrutar deste maravilhoso passeio de barco pelo Rio Sena.     Ah, eu passei sob todas as pontes de Paris...

Viajei de Paris a  Lisboa de avião e segui viagem para Madri pelo comboio que sai de Santa Apolonia, numa viagem misteriosa porque à noite, quando todas as estações de parada são desconhecidas...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Exposição Individual na Galeria Colorida, em Lisboa

Escadaria da Igreja do Sagrado Coração em Montmartre

Em novembro de 2009 convidado pela Galeria Colorida, de Lisboa,  realizei uma exposição de minhas últimas pinturas.  Foram quatorze telas, todas medindo 1,20 x 1,20, algumas das quais estão presentes nesta página. Fiquei morando no Cacém, por gentileza de meu amigo Carlos de Almeida que me ofereceu seu apartamento enquanto precisasse trabalhar em Portugal. Esta foi minha segunda viagem à Europa e aproveitei-me da oportunidade para conhecer Paris e Madri, onde passei dias maravilhosos de estudos e passeios, é claro. Publico aqui algumas fotos   de minha exposição e de minhas viagens.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011